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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Como gerenciar colaboradores muito inteligentes e meio esquisitos

Como gerenciar colaboradores muito inteligentes e meio esquisitos 


Existe um engenheiro brilhante e altamente capacitado na minha empresa, que conseguiu em poucos dias quebrar a máquina de café, a torradeira, e tantos outros aparelhos na cozinha da empresa, que estamos considerando abrir um budget especial apenas para repor estes aparelhos quebrados.
Aparentemente, fazer torradas é mais desafiador para ele do que os algoritmos complexos com que trabalha todos os dias. Este é frequentemente o caso com os supertalentosos. Com a genialidade vem a peculiaridade. Os mesmos traços de personalidade que os tornam brilhantes, também podem torná-los peculiares e, por vezes, perturbadores.
Para ter sucesso, uma empresa precisa de criatividade, mas também de coesão. As empresas bem sucedidas dependem tanto de equipes de pessoas que colaboram quanto da visão de um bom CEO.
Um cavaleiro solitário que aliena o resto da equipe pode ser destrutivo para a cultura de uma empresa. Por outro lado, o excesso de coesão pode sufocar a criatividade dos melhores funcionários, especialmente os do tipo empreendedor.
Eu já disse muitas vezes que empreendedores têm o DNA diferente dos outros. Eles veem problemas de forma diferente e, portanto, são capazes de criar soluções que o resto de nós nunca poderia ter imaginado.
Então, não fiquei surpreso ao ler um recente artigo no “The Economist”, que revelou que há um número enorme de inovadores que têm atributos mentais que poderiam ser claramente classificados como Síndrome de Asperger, dislexia ou Transtorno de Déficit de Atenção.
Atributos negativos desses distúrbios incluem a incapacidade de se concentrar em algumas coisas, hiperfoco em outras coisas, dificuldades de interação social, desorganização e procrastinação.
Esses atributos são claramente muito negativos, mas o outro lado da moeda – as características positivas – pode ser nada menos do que o brilhantismo. Na verdade, a mídia tem caracterizado as peculiaridades de megaempresários como Zuckerberg, Jobs e Gates, como elegantemente misteriosas e até um pouco encantadoras.
Tem gente esquisita e talentosa em sua empresa?
A unidade, a persistência, a originalidade da perspectiva, e o talento puro que caracterizam seus “empreendedores internos” são, ao mesmo tempo, um trunfo importante para sua empresa e um desafio de gestão para você. Como você administra esses empreendedores internos, equilibrando os interesses muitas vezes conflitantes de criatividade e colaboração?
Na condição de CEO, muitas vezes sou confrontado com o desafio de como promover a inovação, mantendo estes efeitos colaterais da inovação sob controle para não prejudicarem o local de trabalho. Não há uma resposta simples sobre como fazer isso, mas conheço alguns caminhos úteis.
Em primeiro lugar, identifique seus empreendedores internos. Uma grande marca do “empreendedor interno” é uma falta de vontade em aceitar o senso comum. Para encontrar os empreendedores internos em sua empresa, procure por pessoas que muitas vezes perguntam: “Por que estamos fazendo isso dessa maneira?”.
Em segundo lugar, reconheça que as limitações de um empreendedor interno podem ser a também fonte de seus talentos, e fique atento para não sufocar essas qualidades. Uma vez tive um membro da minha equipe que tinha uma propensão absurda para o controle. Isto muitas vezes pode ser um indicador de um grande problema. Acontece que ele era um empreendedor que sentiu que precisava “possuir” um projeto completamente, como se fosse a sua própria miniempresa. Assim que identifiquei seu estilo de trabalho como uma variante do empreendedorismo – em oposição a considerá-lo apenas um funcionário difícil – sua produtividade aumentou e a empresa foi beneficiada.
É claro, a determinação sobre quanto espaço de manobra e acomodações especiais você deve dar a empreendedores internos precisa ser baseada em vários fatores, e a melhor ferramenta de decisão é o seu discernimento. O fator mais significativo são os possíveis problemas para a equipe. Tenho uma tolerância bastante elevada para estilos de trabalho peculiares, mas pouca tolerância para alguém que é excessivamente perturbador ou diminui o moral de uma equipe.
Em terceiro lugar, certifique-se de organizar suas equipes de forma que você promova a inovação entre equipes com vários conjuntos de habilidades. Conceda independência suficiente para a inovação aos indivíduos mais criativos, mas, em seguida, leve o projeto adiante com pessoas que são propensas a seguir orientações. Toda empresa precisa de diálogo, mas uma vez tomada uma decisão, a equipe deve respeitar e seguir.
E, finalmente, se você tem alguns funcionários realmente excepcionais, certifique-se de manter algumas torradeiras a mais na cozinha da empresa. Você provavelmente vai precisar.

CEO é a sigla inglesa de Chief Executive Officer, que significa Diretor Executivo em Português. CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquiaoperacional de uma organização. É o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa.
Autor: Jeff Stibel

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