Em vida

Em vida
NO FINAL TUDO DÁ CERTO

terça-feira, 3 de junho de 2014

O milionário mora ao lado

O milionário mora ao lado


Ele não age como milionário, não viaja como milionário, nem ostenta como milionário. Mas ele é. Veja aqui quem é e como vive o verdadeiro ricaço americano


Por Laura Somoggi


"Imagine que você está cara a cara com um milionário americano de verdade. Não é só isso. Você pode perguntar a ele tudo o que gostaria de saber sobre o seu estilo de vida. Pergunte, por exemplo, quanto ele pagou pelo carro último tipo que comprou este ano... Quanto desembolsa no seu terno Armani ou no seu Rolex... Que posição ocupa na poderosa multinacional em que trabalha... Qual é o seu espetacular rendimento anual... Quantas vezes por ano vai a Gstaad (nos Alpes suíços), a Cap d'Antibes ou à sua vila na Toscana... Quantos pés tem o seu iate... Quanto vale a sua mansão...


Prepare-se, agora, para as respostas:

! Ele não troca de carro há pelo menos quatro anos. A última vez que fez isso, desembolsou 24 800 dólares e comprou uma caminhonete Ford.

! O seu terno não é Armani nem de nenhuma grife conhecida. Não custou mais do que 400 dólares.

! Nada de gastar 2 000 dólares - ou mais - num Rolex, num Cartier ou em alguma outra preciosidade. O relógio do milionário americano de verdade não custa mais do que 235 dólares.

! Ele é, tipicamente, um pequeno empreendedor. Pode ser o dono de uma lanchonete, de uma frota de ambulâncias ou de um serviço de dedetização, um negociante de moedas e selos, um dono de estacionamento para camping...

! Sua renda familiar anual é de 247 000 dólares, em média. Está bem longe de milhões por ano.

! Ele mora na mesma casa há cerca de 20 anos. Ela fica num bairro de classe média e vale, em média, 320 000 dólares.



Nada a ver com o que você pensava, não é mesmo? Bem-vindo, então, ao mundo real: os verdadeiros milionários americanos (e, pensando bem, provavelmente os brasileiros) não se parecem nada, absolutamente nada, com quem nós vemos como milionários. Eles não se vestem como milionários, não viajam como milionários, não agem como milionários. Eles não têm charme, não ostentam riqueza, não gastam fortunas. Eles não freqüentam resorts exclusivos no exterior, não viajam de primeira classe, não se movimentam regularmente de helicóptero. Haverá, é óbvio, muita gente rica cujas vidas correspondem perfeitamente ao modelo que temos na cabeça - astros do entretenimento, barões da indústria ou finanças, executivos turbinados das megacorporações internacionais. Mas trata-se, apenas, de uma pequena minoria, altamente visível e estatisticamente irrelevante. A imensa maioria, na média, se encaixa no desenho apresentado anteriormente - e que resultou de uma formidável pesquisa realizada, durante 20 anos, com 11 000 milionários de carne e osso que vivem nos Estados Unidos, pelos americanos Thomas Stanley e William Danko. As conclusões aparecem em seu livro The Millionaire Next Door - The Surprising Secrets of America's Wealthy (algo como "O Milionário Mora ao Lado - Os Surpreendentes Segredos dos Americanos Ricos"), que está no topo das listas dos mais vendidos nos Estados Unidos há meses. Stanley e Danko são especialistas em marketing e estudam os chamados afluentes desde 1973. E, tanto quanto qualquer pessoa, também eles se surpreenderam ao perceber quem são e como vivem, na realidade, os afortunados americanos.



Uma de suas primeiras constatações: riqueza não é o mesmo que alta renda. Se você ganha bem a cada ano e gasta tudo, você não está enriquecendo. Riqueza é o que você acumula, não o que você gasta. E, para acumular, há necessidade de muita disciplina e determinação. Os ricos, revela a pesquisa, são poupadores e investidores compulsivos. Não são herdeiros: 80% dos milionários americanos fizeram a sua fortuna sozinhos, numa única geração. Tanta eficiência na arte de acumular riqueza tem origem num estilo de vida muito característico (veja quadro na página 96). Ser milionário não tem nada a ver, igualmente, com gastar fábulas para viver bem. Significa, em vez disso, poder parar de trabalhar amanhã e, sem ganhar mais nada, manter seu estilo de vida atual por anos e anos. É ter dinheiro para pagar a escola e a universidade dos filhos. Não é viajar três vezes ao ano para o exterior de primeira classe. Entende a diferença? O livro, em suma, mostra que os ricos americanos têm valores diferentes do que nós sempre acreditamos que eles tivessem.



Os autores definem riqueza de uma forma diferente da maioria dos dicionários. Muitas pessoas que parecem ser ricas, por seu nível de consumo, estilo de vida e rendimentos altos, não têm reserva financeira nenhuma - e, portanto, não podem ser realmente consideradas ricas, sustentam Stanley e Danko. Os milionários descritos no livro, ao contrário, sentem muito mais prazer em ter uma poupança substancial que lhes garanta independência e tranqüilidade financeira do que um padrão de vida cinematográfico, em termos de moradia, carro, ou posse de bens caros. Padrão que existe hoje, mas talvez não exista amanhã, pois pode ser súbita e drasticamente reduzido a qualquer queda nos altos rendimentos que exige para ser mantido.



Muito bem, mas de quanto dinheiro, exatamente, estamos falando aqui? Afinal de contas, quem é considerado milionário para os autores do livro? Muito simples. Milionário é quem tem um patrimônio líquido de 1 milhão de dólares, ou mais. Com base nessa definição, somente 3,5% dos americanos podem ser considerados milionários. E, desses, 95% têm patrimônio líquido entre 1 milhão e 10 milhões de dólares - ou seja, gente que tem mais que isso é a minoria da minoria. O passo seguinte é qualificar melhor a definição dada acima. Sim, porque todo mundo precisa ter no mínimo 1 milhão de dólares para ser considerado milionário, mas nem todo mundo que tem 1 milhão de dólares pode ser considerado um milionário.



Está confuso? Calma. Segundo Stanley e Danko, o que define mais precisamente se uma pessoa é milionária é o tamanho do seu patrimônio líquido de acordo com sua renda e sua idade atuais. Outra maneira, talvez mais correta, de olhar para essa observação, é considerá-la não tanto como uma definição de quem é ou não é um milionário, e sim como uma definição de quem é ou não um bom construtor de riqueza. Entende-se por patrimônio líquido o total acumulado de todas as suas propriedades, poupança ou investimentos, menos as suas dívidas (veja como calcular seu patrimônio líquido na reportagem da página 100). Quanto maior for a sua renda, maior deve ser o seu patrimônio líquido; idem, com batatas, quanto maior for a sua idade, pois você está há mais tempo ganhando dinheiro. Parece óbvio? É óbvio. Só que nem sempre isso acontece. É comum que pessoas de alta renda tenham um estilo de vida tão caro que só conseguem poupar muito pouco, ou nada - e seu patrimônio, em conseqüência disso, está muito aquém do que deveria estar, levando-se em conta o dinheiro todo que estão ganhando. Da mesma forma, uma pessoa mais jovem e com um patrimônio inferior ao de uma pessoa mais velha pode, dependendo de quanto ganha e do que já acumulou, ser potencialmente mais rica que ela - pois terá mais tempo disponível para ganhar.



Compare e conclua qual dos dois personagens abaixo está melhor de vida:

1 Charles Bobbins tem 41 anos. Ele é bombeiro e sua esposa é secretária. Sua renda anual é de 55 000 dólares. Seu patrimônio líquido, segundo os autores, deveria ser de 225 500 dólares (veja quadro na página 94). Eles têm um patrimônio maior do que esse, conseguem poupar e investir todo ano. Bobbins poderia sustentar sua família por dez anos se parasse de trabalhar hoje.



2 John Ashton tem 56 anos e uma renda anual de 560 000 dólares, dez vezes mais que Bobbins. Seu patrimônio líquido é de 1,1 milhão de dólares. Mas, pela fórmula desenvolvida pelos autores, levando em consideração a idade e a renda, o patrimônio líquido de Ashton já deveria ser de 3 milhões de dólares. Com seu estilo de vida caro, ele acumulou pouco em relação ao que ganha, e hoje não conseguiria sustentar sua família por mais de três anos se parasse de trabalhar.




Conclusão: Charles Bobbins tem uma situação financeira mais sólida do que John Ashton, e é mais independente do que ele. Esse exemplo reforça a tese dos autores de que ser milionário envolve uma filosofia de vida - só quem adota um estilo frugal nos seus hábitos pode ser candidato a se tornar alguém verdadeiramente rico algum dia. Em outras palavras, se o seu objetivo é se tornar independente do ponto de vista financeiro, há chances reais de você conseguir; mas, se a sua motivação é ganhar mais para gastar mais, você nunca vai chegar lá.



Essa frugalidade surpreendeu Stanley e Danko enquanto realizavam a pesquisa. Os autores, em certo momento do seu trabalho, organizaram uma reunião para entrevistar dez chefes de família com patrimônio de 10 milhões de dólares ou mais. Queriam saber, basicamente, quais eram suas necessidades. Para deixar o grupo à vontade, alugaram uma cobertura em Manhattan e contrataram dois chefs de cozinha que serviram quatro tipos de patês e três de caviar. Para acompanhar, sugeriram vinhos Bordeaux de 1970 e Cabernet Sauvignon de 1973. O primeiro milionário, um grande proprietário de imóveis comerciais em Nova York, chegou. Quando lhe ofereceram o Bordeaux, olhou a garrafa com cara de interrogação e confessou só tomar scotch e dois tipos de cerveja. Nenhum dos milionários presentes tocou no caviar nem tomou um gole sequer de vinho. Eles apenas comeram as torradinhas. Os autores aprenderam a lição: depois desse episódio, todas as outras entrevistas foram regadas a refrigerantes e sanduíches.



Como mostra o começo do texto, os milionários gastam bem menos do que nós imaginamos quando fazem as suas compras. Naturalmente, há pessoas capazes de gastar 64 100 dólares em 110 pares de sapato, em apenas duas horas. Don King, que foi empresário do pugilista Mike Tyson por dez anos, foi o autor dessa façanha numa tarde em Atlanta. O par mais caro custou 850 dólares. Você acredita que muitos milionários vivem fazendo esse tipo de coisa? Pois não fazem. Na verdade, menos de 1% dos americanos pesquisados já gastou 650 dólares ou mais num par de sapatos. A realidade está no extremo oposto. A maioria dos ricos americanos costuma guardar todos os cupons de desconto que vêm nos jornais. Fazem regularmente um orçamento doméstico e controlam suas despesas. Planejam com cuidado as decisões financeiras. Dedicam tempo a gerir seu dinheiro. E, o que faz toda a diferença, têm disciplina.



Uma pessoa que tem dificuldade para acumular riqueza, revelam Stanley e Danko, gasta três vezes mais tempo por mês fazendo exercícios físicos do que organizando suas estratégias de investimento. Inversamente, dois terços dos milionários americanos pesquisados sabem exatamente quanto gastam com comida em casa, com roupas, com presentes, com carro, com educação. Eles têm objetivos de curto, médio e longo prazos bem definidos. Isso quer dizer: por dia, por semana, por mês, por ano e por toda a vida. Os milionários de verdade, em suma, sabem onde querem chegar.



Os autores sustentam, de forma talvez polêmica, que indivíduos competentes para acumular riqueza são mais felizes do que aqueles que têm a mesma idade e estão na mesma faixa de renda, mas não estão seguros em relação à sua situação financeira. É a sensação objetiva da independência que os diferencia. Os milionários descritos no livro, em geral, são pessoas capazes de fazer uma troca crucial: sacrificam um alto consumo no presente para se tornar independentes no futuro. Além disso, ficou claro na pesquisa que os bons acumuladores de riqueza gastam o dobro do tempo organizando seus investimentos financeiros do que os acumuladores que estão abaixo da média.



De fato, o levantamento concluiu que há uma ligação direta entre o tempo gasto com planejamento financeiro e a capacidade de acumular riqueza. É preciso perder menos tempo se preocupando com a possibilidade de não acumular o suficiente para ter uma aposentadoria tranqüila. Em vez disso, o tempo deve ser gasto com ações concretas contra a tendência de consumir muito e investir pouco. A atitude é que faz a diferença entre quem vai se tornar um milionário e quem vai apenas ficar sonhando com isso. Para que toda essa teoria dê certo, a família deve formar um verdadeiro time. É muito mais fácil acumular patrimônio se todos na casa lidam da mesma forma com o dinheiro.



O que se pode esperar de crianças que vieram de famílias onde o nível de consumo é muito alto, planeja-se pouco e não há disciplina? Essas crianças, quando crescerem, dificilmente conseguirão se livrar do modelo vivido na infância e na adolescência. E, o que é pior, provavelmente nunca ganharão o suficiente para manter o estilo de vida a que estão acostumadas. O contrário também é verdadeiro. Os pais que gastam muito menos do que ganham criam filhos disciplinados e que se tornam auto-suficientes quando adultos. Os pais que gastam muito se afligem, em geral, com preocupações muito características em relação a seus filhos. Têm medo de que eles pensem que o patrimônio dos pais é a sua renda. Temem ter que sustentar seus filhos quando adultos. Os filhos, por sua vez, têm inquietações parecidas: será que meu pai vai poder me sustentar pelo tempo que eu precisar? Muitos filhos de pais indisciplinados não conseguem comprar nem um pequeno imóvel sem a ajuda do pai e da mãe. Cria-se um círculo vicioso. A situação de dependência traz mais medo e insegurança, o que dificulta ainda mais a sua autonomia.



Os pais dos milionários, ao contrário, não costumam dar dinheiro ou fazer doações para seus filhos e netos. Na verdade, a pesquisa conclui que dar dinheiro ou outros benefícios para os filhos é uma das maiores causas da sua falta de produtividade. E não é só a capacidade de produzir que fica prejudicada, mas a de acumular riqueza e de gerar renda também. Só a sua capacidade de consumir se mantém intacta. Conclusão: dar ajuda financeira acaba enfraquecendo os filhos. Os pais criam um ambiente livre de riscos, de dificuldades e de perigos. Seus filhos não precisam ser corajosos, pois não têm o que temer. Dificilmente se tornarão milionários.



Crianças que têm pais milionários, com o estilo de vida frugal descrito por Stanley e Danko, têm uma chance em cinco de seguir os passos dos pais - para a média das crianças americanas, essa chance é de 1 em 30. Os autores enumeram dez regras que guiam a educação que os milionários americanos dão a seus filhos:



1 Nunca dizem a seus filhos que são ricos.

2 Independentemente do tamanho da fortuna que têm, ensinam disciplina e frugalidade aos filhos.

3 Asseguram-se de que os filhos não vão perceber o quanto os pais são ricos antes de se tornarem adultos maduros e disciplinados.

4 Minimizam as discussões sobre quanto cada filho e neto vai herdar ou ganhar de presente.

5 Nunca dão dinheiro ou presentes de valor significativo para seus filhos adultos, como parte de uma estratégia de negociação.

6 Ficam longe dos problemas de família dos filhos adultos.

7 Não tentam competir com os filhos.

8 Lembram-se sempre de que cada filho é um indivíduo.

9 Encorajam as realizações dos filhos, mesmo que pequenas.

10 Dizem sempre a seus filhos que há muitas coisas na vida que valem mais do que o dinheiro.



Na hora de investir, os milionários também têm a sua própria filosofia. Costumam escolher aplicações com alto potencial de valorização. Destinam boa parte de sua fortuna para negócios próprios, imóveis comerciais, ações e planos de aposentadoria. Todas essas aplicações exigem uma boa dose de planejamento. Os adeptos de um estilo de vida menos regrado costumam fazer outras escolhas na hora de investir. Compram automóveis, jóias, casas de praia e outros bens que depreciam. Outra peculiaridade americana muito forte entre os milionários é investir pesadamente em ações: 95% dos pesquisados têm esse tipo de investimento. Mais: em geral, não ficam especulando, comprando e vendendo impulsivamente a cada oscilação nos pregões - na verdade, acima de 30% deles conservam por mais de seis anos os mesmos papéis. Outro detalhe: os milionários americanos compram ações de empresas que conhecem e de setores da economia dos quais entendem. Exatamente como Warren Buffett, o maior investidor americano, costuma fazer. Além disso, têm o cuidado de contratar bons consultores financeiros para auxiliá-los, embora conservem sempre para si a decisão final.



O comportamento dos milionários na hora de consumir é especialmente ilustrativo. Já dissemos que a maioria não tem carros importados, nem o modelo do ano. Mas 63% deles preferem comprar carros novos e 54% pesquisam muito antes de assinar o cheque. Podem demorar meses antes de fazer a escolha. Acreditam que, quanto mais procurarem, maiores as chances de fazer uma boa compra e encontrar um bom preço. São muito sensíveis a variações de preço e estão muito mais dispostos a negociar do que gente com menos dinheiro.



Outras diferenças relevantes entre quem consegue acumular riqueza e quem não atinge esse objetivo estão no tipo de trabalho. Entre os acumuladores de riqueza mais eficientes, quase 60% são autônomos. Esse número cai para menos de 25% quando se fala dos acumuladores abaixo da média. Qual é a relação entre ser autônomo e ser capaz de acumular riqueza? Os trabalhadores autônomos passam mais tempo planejando suas estratégias de investimento do que aqueles que trabalham para alguém. Eles não têm a estabilidade dos empregados, passam por mais altos e baixos e aprendem a se planejar para as mudanças de suas receitas. Os que são empregados dependem muito da empresa e não são tão confiantes na hora de fazer seu próprio planejamento financeiro. A probabilidade de um autônomo se tornar um milionário é quatro vezes maior do que a daqueles que trabalham para os outros. Você pode estar se perguntando: mas ser um autônomo não é mais arriscado do que ter um emprego que garanta uma renda certa no final de cada mês? Um empreendedor responderia que risco, mesmo, é ter apenas uma origem de renda. Se um empregado é despedido, ele perde toda a sua receita. Se um empreendedor perder um cliente, perde apenas uma das fontes de renda.



Além de retratar quem são e como são os milionários americanos, The Millionaire Next Door presta um serviço aos seus leitores: mostra quais são os serviços mais procurados (e pagos) por esses clientes privilegiados. No capítulo denominado "Encontre seu nicho", o leitor pode ter boas idéias de negócios para atender essa classe de afluentes, que deve aumentar nos próximos anos. Em 1996, os milionários americanos eram 3,5 milhões de pessoas e detinham aproximadamente a metade de toda a riqueza privada do país. Em 2005, esse número deverá ser de aproximadamente 5,6 milhões de pessoas, e 60% da riqueza americana estará nas suas mãos. Eis aí um mercado e tanto para serviços de consultoria financeira, advogados, contadores, educação, saúde e moradia, os nichos de gasto mais freqüentados pelos milionários investigados na pesquisa.



E no Brasil? Como seria a situação por aqui? Nenhuma pesquisa semelhante, é claro, foi feita entre os milionários brasileiros - na verdade, fora algumas estimativas vagas, muitas delas viciadas por estatísticas oficiais desconexas, é difícil calcular até mesmo quantos eles são. Declarações de renda e patrimônio são sistematicamente puxadas para baixo, mesmo em cadastros bancários ou de cartões de crédito. Para o Imposto de Renda, então... Além disso, a maioria dos brasileiros resiste muito em falar sobre seu patrimônio, embora não se acanhe em exibir seu consumo e seu bem-estar. Mas a simples reflexão sobre muitos dos hábitos retratados no livro de Stanley e Danko leva a crer que, no fundo, talvez não haja tantas diferenças assim - e que a massa dos milionários brasileiros da vida real esteja numa anônima multidão de donos de lojas, postos de gasolina ou empresas de ônibus, prestadores de serviços ou pequenos industriais, produtores agrícolas ou proprietários de imóveis. VOCÊ S.A. vai voltar ao assunto."

Nenhum comentário:

Postar um comentário